quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como NÃO gerenciar uma empresa no século XXI

Durante dois meses tive a oportunidade de conhecer e analisar uma empresa do ramo de cartões de crédito com sede em Curitiba. Vamos chamá-la de XX, para preservar a imagem (mordo minha língua!!!).

Já havia me questionado a respeito daquele dado, do Sebrae, que diz que boa parte das novas empresas fecham suas portas ainda antes de completar 5 anos. A culpa é da crise? Da gripe A? Do fornecedor? Ou seria, por acaso, da incompetência dos gestores?

Agora vamos mudar um pouco os parâmetros. Supondo que a empresa já exista, seja lucrativa e ainda por cima a sua participação no mercado cresça, a situação é realmente cômoda e não há o que mudar, não acha? Sinceramente, eu ouso questionar. Afinal, onde estão os dados sobre a saúde financeira da empresa? As duas coisas precisam andar lado a lado, além de outros importantíssimos fatores administrativos.

Tratando especificamente da XX, podemos abordar um problema sério para a gestão de uma empresa de grande porte: a gestão familiar. Não vamos nos precipitar, pode ser que isso não represente um problema, a não ser que gere um "freio" para o desenvolvimento organizacional. No mercado atual, torna-se inviável uma empresa estagnada, onde os colaboradores são acomodados e robóticos, não representando absolutamente "ameaça" alguma aos cargos de supervisores e gerentes, que ocupam cargos mais altos e recebem promoções pelo TEMPO DE CASA! Compreendam, esta ameaça a que me refiro é no sentido saudável da palavra, de modo que nenhum funcionário da empresa fique acomodado na "zona de conforto". A viabilidade da empresa é temporária, este é um grande problema que é gerado a longo prazo e é um dos piores a serem admitidos e combatidos, simplesmente por afetarem o ego de seres humanos (que estão no poder, para piorar). Dizem que em time que está ganhando não se mexe, pura lenda de vendedor, tratamos aqui é de administração.

O (um) grande erro, que pode comprometer a empresa a longo prazo (ou médio), é o modo como se comporta o RH e os gestores de cada área. O modo da XX de promover seus colaboradores a partir do tempo de casa gera, automáticamente, a sensação de acomodação por parte do funcionário, afinal para que você vai dar duro e fazer alguma diferença na empresa se você não vai ser promovido ao menos que esteja há um bom tempo trabalhando lá? Sem mais hipocrisia, sabemos que toda atividade empresarial está ligado ao dinheiro, seja direta ou indiretamente. O colaborador quer isso. Reconhecimento e benefícios são adicionais que farão a diferença.

Os gerentes e diretores, por sua vez, vão continuar nos seus cargos por anos a fio. Vão conhecer a fundo a empresa e seus mecanismos, ponto. Empresa e mecanismos que já não serão aceitos pelo mercado cada vez mais dinâmico, a empresa torna-se uma peça inútil sem competitividade e aí sim a luz vermelha acende e o pessoal resolve desenvolver um plano para reestruturá-la. É um mal do ser humano não previnir e depois remediar, ao passo que a hipocrisia rege o inverso.

O tempo passará, mas há crenças que jamais serão descartadas. Acredito que o sábio Yin Yang chinês é uma delas, ainda que aplicado empresarialmente: equilíbrio.

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